Quem disse que não dá? Na internet dá!

| sábado, 16 de fevereiro de 2013

Impossível não conhecer alguém que não conheça alguém que conheceu alguém na internet. Eu conheci. Não apenas “alguém”, mas alguns “alguéns”. Porém, há alguns anos conheci um certo alguém que cruzou o meu caminho e me mudou a direção. Mudou mesmo, pra muito melhor, sabe? Pois é. Um dia eu conto esse caso pra vocês. Hoje não escrevo pra dividir com os leitores minha atual história, mas pra iniciar uma série de contos e narrativas de pessoas que se conheceram pela rede mundial de computadores.
Ah! Só pra avisar: estão todos proíbidos de pensar que esses casos e acasos aconteceram comigo, hein? Conheço-os apenas de “ouvir falar”. Huuum!
CASO 1 – O ruim de conta 
Marisa acabava de descobrir as maravilhas (ou não) que eram as salas de bate-papo do siteTerra. Quando aquele nickname engraçado perguntou a idade dela depois do básico e repetitivo“tc de onde?”, ela respondeu: “vinte e quatro”. Ele, depois de um “rsrsrs”, disse que tinha “praticamente” o dobro dessa idade. Ok. Ela fez as contas: “vinte e quatro anos mais vinte e quatro anos dão quarenta e oito anos”, “praticamente”. Pois. Imaginou o pai ali do outro lado da linha telefônica quando viu no BINA que era o novo amigo ligando pra ela. Era inteligente, bom papo, sem levar a conversa pra algum lado “deselegante” e parecia ser gente boa. Foram alguns meses de amizade por e-mail e telefone, mas ela sempre achando que não ia passar disso porque, à época, quarenta e oito anos somavam muitos anos.
Ele não aguentou a curiosidade em conhecer pessoalmente aquela garota engraçada, divertida e inteligente (segundo ele) e agendou uma ida à cidade dela. Ele morava dali a 100km e dava pra ir jantar, visitar uns amigos, dormir por lá e voltar pra casa na manhã seguinte e assim ele fez.
Por sugestão dela, fez uma reserva numa cantina italiana e marcaram o encontro para as 20h. Às 19h ele telefona pra ver se está tudo ok, ela diz que sim. Ele arrodeia, arrodeia, arrodeia e pergunta: “você ficaria chateada se chegasse lá e descobrisse que eu lhe contei uma mentira boba?”. Ela diz que depende. Ele diz que tá com receio. Ela diz que vai levar uma amiga pro caso de precisar de testemunha pra lamentar ou rir do resultado desse encontro. E chegou então a hora combinada.
Ela pensava que a “mentira” só podia ser uma: ele não era separado como dizia, devia permanecer casado. Mas, por consideração ao distinto meliante ter saído de outra cidade pra ir lá conhecê-la, assumiu o risco de continuar na empreitada. E lá se foi.
Ao entrar no restaurante com a amiga, viu um senhor se levantar e se apresentar:
- Marisa? Boa noite! Prazer, seu amigo virtual agora é real. Decepcionada?
Ela não sabia se ria, se morria, se corria ou se comprava uma taboada pro novo amigo. Fez uma conta mental e viu que a soma não fechava, sobravam anos. O nickname engraçado tinha entrado há tempos na turma da terceira idade e ela ali, dura, procurava uma forma de disfarçar a surpresa que era maior que a decepção, ela não esperava sair dali com o príncipe encantado, mas também não precisava ganhar um novo avô. Só conseguiu perguntar: qual sua idade, afinal? – “SETENTA E DOIS ANOS” – foi a resposta. Não tinha mesmo como ser menos. O vôzinho tinha, além de três vezes vinte e quatro anos, um bigode que o deixava a cara de ACM – ele mesmo, Antonio Carlos Magalhaes, o Toinho Malvadeza – e isso só fazia ela ter mais vontade de rir, correr ou sumir dali. Mas não fez isso. Sentaram os três na mesa e jantaram alegres, rindo da situação e ela sempre o chamando de vovô pra que ele nem pensasse em propor romance àquela menina que tava longe de ser uma “gerófila”.
Deixou as duas em casa e prometeu não sumir. E cumpriu. Mantiveram a amizade por algum tempo ainda até que esse troca-troca de chips e telefones novos fizeram com que perdessem o contato. Ela não sabe por onde ele anda e tem medo de fazer novas contas. Tem receio de descobrir que o avô virtual já tenha chegado na idade de se juntar a Dona Canô e Niemeyer lá em cima ou com o parceiro de bigode, ACM, lá embaixo.

Por Maristelly de Vasconcelos

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Quem tem duas nem sempre tem uma

| sábado, 16 de fevereiro de 2013

Din Don...
- Pois não?
- É aqui que mora Mariana?
- Sim, Mariana sou eu.
- Eu poderia dar uma palavrinha com você, Mariana?
- Claro! Quer entrar?
- Não, não. Podemos sentar na praça aqui fora? Prefiro um terreno neutro...
- Tudo bem!
Mariana tava ali, porém sem saber do que se tratava. Aquela visita desconhecida a levantou do sofá onde ela via TV esperando a ligação do namorado que estava viajando.
- Você sabe quem eu sou?
Não. Mariana não sabia, nem fazia idéia. Não lembrava de já ter visto aquele rosto. Balançou a cabeça em forma de dizer “não”.
- Pois você tinha obrigação de saber!! – Cláudia mostrando nervosismo e agressividade...
- Obrigação? Uia! Terei na minha porta uma artista da Globo e não sei?
- Eu sou Cláudia, a noiva de Roberto. Estamos juntos há três anos, um mês e dez dias.
- Prazer, então! Eu sou Mariana, a namorada de Roberto. Estamos juntos há uns dois meses.
- E você não se envergonha de dizer isso, não? Eu sou noiva do cara que você “está saindo” e você se apresenta assim, como namorada?
- Olha, Cláudia, eu me envergonharia de dizer que sou namorada dele se eu soubesse que ele era noivo, mas nunca vi aliança em nenhuma das mãos e ele sempre se disse solteiro. Vergonha eu acho que quem deveria ter era ele, que passa mais tempo no exército que em casa e ainda arruma tempo pra ter mais de uma companhia.
- Ah, Mariana! Então você quer me dizer que não sabia que aquele apartamento no condomínio aqui ao lado, onde você esteve com ele na quarta passada, é o apartamento onde eu moro? A vizinha da frente viu pelo olho mágico quando vocês entraram, demoraram pouco e saíram.
- Sério? Que cara safado, menina!! Aquela casa é sua? Gente!! E como você soube que a menina era eu?
- A vizinha que viu e te conhece de vista, é amiga de um conhecido seu e descobriu que você mora aqui.
- Hum! Bem que eu desconfiei...
- De que? – Cláudia já sem graça de ter ido ali.
- Roberto e eu fomos ao cinema naquele dia. Na saída, ele me perguntou se eu me importaria de passar na casa de um amigo dele que estava viajando e deixou a chave pra que ele molhasse as plantas. Fomos e só ficamos lá o tempo dele fazer isso mesmo. Eu bem que achei o apartamento “desse amigo” muito afeminado na decoração, mas nunca imaginaria se tratar do apartamento da noiva dele.
- Ahhh, Mariana! Você quer me dizer então que nunca soube que eu existia?
- Não, nunca. Sabia que ele tinha uma ex-noiva, mas ex é coisa que todo mundo tem.Além do que, você deveria estar indo na casa dele, não ter vindo na minha. Eu não sabia da sua existência, Cláudia, e, mesmo que soubesse, não somos amigas, não nos conhecemos e nem temos um mínimo de contato pra que eu me sentisse na obrigação de te respeitar. Quem te deve respeito é ele, que te comprou essa aliança e noivou com você.
- Então tá. O que faremos, então?
- Faremos “nada”! O que teríamos pra fazer, Cláudia? Assim que ele voltar de viagem, eu termino com ele e pronto.
- Não, Mariana! Pode ficar com ele. Eu que não quero mais.
- Pois pronto! Ele arruma uma terceira parceira e fica tudo certo. Se o cara está com você há todo esse tempo, tem liberdade de ter a chave da sua casa quando você viaja e se aproveita disso pra levar outra mulher pra lá? Comigo, ele vai fazer o que, já que ele conheceu dia desses? Você não quer, eu não quero e tá tudo certo. Deixa ele seguir o rumo dele.
- E você vai deixar isso assim, de graça?
- E vou, por acaso, mandar dar uma surra nele? Você que é noiva, que conhece há mais tempo, que se vire agora com essa revelação. Em mim só tá doendo pela falsidade, mas quem disse que homens são sinceros? Além de infiel, Roberto está se mostrando desleal, o que é pior que infidelidade. Isso é prova da falta de caráter dele e acredito que isso não mude. Eu nunca brigaria por um homem, muito menos desse tipo.

Claudia ficou a pensar. Não era a primeira vez que ela sabia de mais uma cerca pulada por Roberto e nunca tinha tomado uma atitude diferente de ir às portas alheias, derramar seus desaforos e amedrontar as desavisadas com sua fama de mulher retada, de fêmea que briga pelo macho que tem. E com essa falta de amor próprio só colecionou traições e desrespeito por si mesma.

Roberto chegou de viagem.
À Mariana, jurou que Cláudia era uma ex-noiva psicótica que não aceitava o fim, que não podia saber dele feliz com uma nova namorada que fazia inferno e botava as meninas pra correr. Mas pra ela pouco importava. Tirou o time de campo, tava fora e aliviada por ter descoberto no começo da relação que a barca ali era super furada.
À Cláudia ele contou que Mariana era uma menina novinha que não parava de ir atrás dele, mas ele era quem não dava bola. Jurou amor à noiva e prometeu que nunca mais deixaria outra mulher se aproximar deles na tentativa de destruir uma relação tão linda.

Como elas sabiam disso? Trocaram telefone, ficaram amigas e depois do tempo necessário pra curar as mágoas, riram da cara daquele que provou que nunca deveria ter feito parte da vida delas.
Por Maristelly de Vasconcelos

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Por que com você vai ser diferente?

| sábado, 16 de fevereiro de 2013

Namorando um homem que já tem filhos? Relações assim têm seus prós e contras. Dos prós, juro não ter conhecimento, mas se você, leitora que está numa dessas, me enviar um e-mail listando-as, prometo ler com atenção. Os contra? Xiiiii! São muitos!
                Se você tem um namorado daqueles que mata e morre pelo filho (como deveria e deve ser um pai de verdade), daqueles que ficam sem grana pra farra, mas não deixam de pagar a pensão em dia e ter um sobrando pra gastar com o rebento no final de semana, jogue a mão pra cima, bata palma e agradeça por ter um verdadeiro homem ao seu lado, ele está atestando que, caso dê certo contigo, que vocês fiquem juntos e tenham os seus filhos, ele será um excelente pai. Agradeça o fato de ter ao lado um cara que sabe que a ex pode até ser ex, mas filho é pra sempre, exista mulher no mundo ou não. Porém tanta dedicação vai sempre te deixar com um pé atrás nas idas e vindas à casa em que a prole vive, vai te fazer andar sobre uma corda bamba de “será que sim? será que não?” toda vez que ele sair correndo no meio de um jantar/passeio/fim-de-semana-a-sós ou qualquer outro momento de vocês pra acudir o menino que caiu da bicicleta, a menina que torceu o pé, a criança que tá com febre e a mãe, muito nervosa (claro!) não sabe como agir sozinha.
                Tá! Eu sei que isso não é regra. Existem ex-casais tão bem resolvidos que a ex e a atual são amigas e até frequentam uma a casa da outra, mas não é assim tão comum. Ter um companheiro que já vem com a melhor poltrona do bonde ocupada, restando a você sempre a do corredor, requer de você maturidade, serenidade, fé em si mesma e muita, mas muita paciência.
                Podendo evitar, que mal há? Porém, caso você esteja envolvida com um cara que já tenha filhos, reze pra ele ser do modelo citado no segundo parágrafo desse texto, porque, minha amiga, se você pega um que já tem algum(ns) herdeiros “por aí” e não sabe nem por onde anda(m), nem sabe e nem tem interesse, não procura e inventa mil desculpas pra não fazê-lo, se fala mal da(s) mãe(s) da(s) cria(s) sempre que lembra da existência dela(s) e, além de tudo, nunca chegou junto com um real pra sobrevivência/educação da criança, dou-lhe apenas um conselho: CORRA MAIS QUE USAIN BOLT deste cidadão. Mas corra mesmo, corra como se não houvesse amanhã.
                Pesquise sobre ele e observe como é que ele trata a mãe. Aposto que mal. Acertei, né?Homem que não gosta dos filhos e nem gosta da mãe vai gostar de você? NUNCA! Só quehomens desse tipo dão “sorte” e encontram umas bestas azaradas. Conheço deles que já têm mais de um filho, com mais de uma mulher, e ainda acha com quem fazer mais. Vão povoando o mundo sem se importar com o futuro de quem anda pondo nele. Vão brincando de criar vida esquecendo que é o corresponsável por ela. Brincam com o sentimento das desavisadas iludidas que acreditam que têm o poder de mudá-los e torná-los homens melhores, mas que, como prêmio, só levam da relação um filho que certamente vão criar sozinhas.
E pior, estes mesmo filhos esquecidos, em tempos de Facebook e vidas compartilhadas na rede, vão ver os pais ausentes pagarem de paizão com crianças que não são suas, filhos da nova namorada, filhos das “amigas”, filhos de quem quer que seja, mas não os seus. Os seus? Ele certamente nem lembra o dia que foram concebidos.
Mas o bom de viver no planeta Terra é que ele dá voltas e, por ser redondo, não tem esquina onde cabra safado possa se esconder do tempo que nunca para, tempo este que sempre manda um portador trazendo a conta pelos atos cometidos e, no cabeçalho dessa cobrança, tem a frase “Aqui se faz, aqui se paga!”.

Por Maristelly de Vasconcelos

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Desapega, desapega!

| sábado, 16 de fevereiro de 2013
Não! Não é propaganda de site de venda daquilo que você não quer e nem precisa mais. Estou sugerindo que você desapegue mesmo do que não lhe tem mais serventia, sentimentalmente falando, é claro.
Estou sugerindo que você dê um tempo na amizade com a família do ex-namorado, independente de você ter terminado ou de ter sido ele o autor do ponto final. Afinal, pra que se manter presente onde o vínculo que você tinha com aquelas pessoas já não representa mais nada pra você e nem você pra ele?
Quando é o cara que termina, a menina fica ali forçando uma convivência com a ex-cunhada ou ex-sogra na tentativa de ainda poder participar da vida dele. Saber onde ele vai, com quem vai, quando dorme fora e se ele já pensa em se amarrar novamente. É pedir pra sofrer, concorda? Ex-sogras e ex-cunhadas que alimentam as “conversinhas” só me provam que o mais certo é sair dali de uma vez, esquecer que elas existem, pois esse lance de “você é a nora que eu pedi a Deus, um dia meu filho vai enxergar isso” é coisa de quem quer se livrar do “mala” que tem em casa e vê em você, guerreira insistente, uma forma disso acontecer. Mãe que quer ver o filho bem de verdade, namorando, noivo ou casado, vai entender que se o cara não quer mais, motivos pra isso ele há de ter, nem que seja uma piriguete qualquer de quem logo logo ele vai enjoar. Mas existe um porquê e isso exige RESPEITO. Por isso, eu recomendo: desapegue!
Quando é a mulher que termina, se mantém presente também. Mas só fazem isso aquelas que são adeptas do “nem quero e nem largo”. Acha que os defeitos do cara são motivos suficientes pra ele sair da lista de possíveis príncipes encantados, mas não aceita que outra mulher veja esses defeitos como qualidades, mas aceite: cada panela tem sua tampa e seu ex, uma hora ou outra, vai achar quem o queira do jeitinho que ele é. Se não te serve ou se você não vê chance de mútuo ajuste a fim de existir uma relação, desapegue!
Imagina a cena! O bonito te leva pra jantar, pede pra reatar contigo e diz: “tá, vamos tentar mais uma vez, mas que fique claro que só ficarei com você porque minha mãe pediu!”? Não conheço nenhum homem que tenha feito isso, até porque a coragem deles não vai tão longe, mas aposto que muitos já tiveram vontade. Qual a cara que você ficaria? Qual o sentimento que isso te despertaria? E, caso exista mesmo um que protagonize essa cena na vida real, merece cinquenta chibatadas só por não ter a hombridade de assumir suas vontades. Você não é legume ou verdura que, na infância, ele se recusava a levar à boca e a mãe dizia impaciente: vai comer SIM porque eu sei o que é melhor pra você e pronto!!!!
Desapega!
Aceite: independente de você não largar o osso familiar, a fila do cara vai andar. E, se você continuar se metendo onde não é mais convidada, a sua fila vai empacar, assim como empacou a evolução do seu amor próprio.
Por isso, eu repito: desapega! DESAPEGA!
Por Maristelly de Vasconcelos
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Minha casa virtual onde todo mundo é bem vindo

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