Não confio!

| quinta-feira, 17 de janeiro de 2013 | , , , , , , , |


         Sabe aquele cara que você chama de “namorado”, sujeito super gente fina que chama todo mundo de “amigo”? Aquele que sai de casa às 22h de um domingo, quando o pijama já é o traje, só pra socorrer alguém que ele só conhece do futebol, porém se nega a te dar uma carona na volta do salão de beleza, numa tarde de chuva, quando você acaba de fazer escova, alegando estar cansado e dá, como desculpa, que só sai depois de ver o Luciano Huck entregar mais um “Lar Doce Lar”? Recusa-se a te acompanhar ao teatro pra ver uma peça que você esperou meses pela estréia na sua cidade, mas não se incomoda de passar horas numa oficina com um colega de trabalho que está lá com o carro no prego? Aquele que tem sempre um tempo livre nos finais de semana pra sentar numa roda regada a cerveja com os amigos, onde você nunca é convidada e nem dona de algumas horas com ele?
           Não, gente! Não estou aqui fomentando a hipótese dele ter um caso, muito menos de ser gay, nada disso. Estou falando daquele tipo que trata todo mundo super bem, faz-se conhecido pelo jeito solícito, a simpatia em pessoa, mas à namorada o tratamento está longe de ser VIP. Sabe como é?
Pois, falo desses. Não confio.
            Ele tem tempo pra tudo, gosta de tudo, até mesmo de você e você só sabe disso porque ele diz de vez em quando. Mas SÓ DIZ, não demonstra. Um cinema contigo? Sem chance. Ele nem liga que você vá com as amigas, prefere te esperar na praça de alimentação do shopping, claro, tomando chope com os amigos, mas não senta do teu lado na sala de projeção.
            Viagem a dois? Ele não curte, acha entediante aquela coisa de só você e ele! Viaja só se for com a turma, casa de praia dividida com vários casais amigos, ele bebendo o dia todo e indo dormir bêbado, ali na sala mesmo, num colchão no chão, sem réstia de sobriedade e atenção para reparar nas roupas de dormir super sexys e nas lingeries que você comprou pra viagem.
            O celular é dele. Só dele. Você até pode pegar, mas não vai saber nem como é o wallpaper porque a senha está lá pra garantir isso. Não defendo aquela frescura de um ter a senha do outro por pura posse e falta de confiança, mas de confiança pura e simples, como deveria ser. Quem não tem o que esconder não precisa camuflar nada. Ah! Claro! Os amigos sabem a senha e até riem dos vídeos que lá estão armazenados, mas você, você não! Ali você não toca!
            Conheço casais que até já tem filhos e afins, porém a mulher não tem direito de ter o próprio parceiro entre seus amigos de rede social. O cidadão tem lá sua página cheia de contatos, cheia de publicações de festa, fotos em eventos, mas a mulher que dorme e acorda com ele dia a dia, não. Ela não faz parte desse grupo tão popular.
Sempre me intrigou essa coisa do cara ser melhor pro mundo externo que pro mundo que ele criou em casa. Sério, não confio em gente assim, como não confio em quem é bom com os estranhos e grosseiro com os pais.

Homens assim são sacanas, né? Oh, se são!
Mulheres assim são umas tolas, né? Claro que sim!

Você viu seu namorado nesse texto e está aí se achando vítima? Vou te fazer uma pergunta:
- A culpa, então?
Vou te dar a resposta:
- SUA, mulher! Toda sua!

            Se Caetano Veloso diz que “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”, fique com as dores se quiser, mas garanto a você que as delícias são sempre mais prazerosas. 


Por Maristelly de Vasconcelos

Texto originalmente postado no Blog Sem Essa de Amélia em 14 de janeiro de 2013.
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